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Testes |
Quando se fala em testes, temos duas reações bem diferentes nos mais diversos tipos de aquaristas. Em alguns se pode ver brilhar os olhos de tanto que gostam de interagir com o microcosmo que tem em casa. Em outros, no entanto, é quase uma ofensa dizer que testes são importantes e necessários, pois simplesmente odeiam e não tem paciência para fazê-los. Amônia Elemento altamente tóxico a peixes e invertebrados, aparece em grandes concentrações normalmente em aquários com sérios problemas de equilíbrio ou em tanques com excesso de poluição - que em geral é causado por excesso de alimentos ou peixes - ou com problemas de equipamentos insuficientes ou de baixa qualidade. Em aquários novos também costuma incomodar um pouco, mas assim como o nitrito, só causa estragos se os equipamentos não estiverem em ordem. 1. Nitrato Muita gente confunde nitrato (NO3) com nitrito (NO2). O nitrato, diferentemente do nitrito é acumulativo, praticamente inofensivo aos peixes em concentrações consideradas altas, mas extremamente prejudicial a corais e invertebrados. É considerado um dos principais responsáveis pelo aparecimento de algas verdes em nossos tanques. Seu controle deve ser preventivo, pois quando aparece em concentrações maiores, torna-se bem difícil baixá-lo. Existem no mercado resinas removedoras deste elemento mas só funcionam em concentrações abaixo de 20 mg/l. Caso os níveis deste elemento sejam superiores a isto, efetue trocas parciais com mais freqüência e em maior quantidade, mas veja: Não adianta nada tentar resolver o problema se não atingirmos o que o causa! Se o nitrato de seu aquário for crescente e de difícil controle, verifique se não está alimentando demais ou se não possui peixes demais. Verifique a potência do seu skimmer, qualidade do sal e do carvão ativado que usa e certifique-se que está usando água deionisada e de estar fazendo trocas parciais de maneira correta e no tempo certo. Em aquários de filtro biológicos e dry-wets torna-se praticamente impossível controlar este elemento, mas devemos fazer o máximo possível. As concentrações deste elemento devem ser muito próximas a zero, mas são toleráveis, mas não recomendáveis níveis até no máximo 6mg/l. Este teste é indispensável, principalmente para quem possui aquários de rochas vivas. 2. PH É muito difícil medir estes valores com testes líquidos já que variam durante todo o dia e devido a difícil visualização dos valores corretos pois o contraste de cores é muito pequeno. Existem no mercado o que chamamos de peagâmetros, que são medidores precisos e eletrônicos de pH que possuem preços elevados, mas são de bastante utilidade. 3. KH Carbonate Hardness, ou reserva alcalina, representam a quantidade (dureza) de bicarbonatos que nossa água apresenta, o que traduzindo para o "entendes", significa a quantidade de elementos que temos na água que não deixarão o pH cair. Os níveis ideais de KH são de 7 a 8 dKh ( 2.8 a 3.2meq/l). É o teste mais fácil de ser feito. 4. Fosfato Inofensivo aos peixes, este elemento é considerado o prato predileto das algas filamentosas que tanto prejudicam nossos aquários, e por isso deve ser mantido a níveis baixos. Para isto usamos skimmers, trocas parciais (usando água e sal sintético de boa qualidade ou água natural de boa procedência), tomamos sempre o cuidado de lavar bem as mãos antes de colocá-las na água, usar carvão ativado e produtos para aquário sempre sem este elementos (indicado no rótulo com os dizeres nitrate and phosphate free), cuidamos para oferecer sempre alimento de qualidade e na quantidade certa, e incentivamos o desenvolvimento de algas calcárias, conseguidos através da manutenção constante de uma reserva alcalina alta e equilibrada e adição regular de cálcio. Os níveis deste elemento devem ser zero ou muito próximo a isso. 5. Cálcio Elemento muito importante para aquários de rochas vivas, pois dele dependem para o perfeito crescimento e formação os corais, invertebrados e principalmente as algas calcárias (pink) que são responsáveis pelo crescimento e não erosão das rochas. Deve ser mantido entre 400 e 420ppm, o que não é tarefa muito fácil... Após uma semana, novo teste, e se ainda estiver baixo, mais um aumento em 10% na quantidade de cálcio, e assim por diante. Não faça gangorras de elementos químicos, ou seja, a reserva está alta o cálcio baixo, e você joga uma quantidade grande de cálcio para compensar. Daí a reserva cai e o cálcio sobe, e então você joga uma quantidade grande de tamponador, e assim por diante. Se você fizer isso, poderá causar um desequilíbrio iônico no aquário e as conseqüências serão terríveis. 6.Densidade Na verdade, o que queremos saber mesmo é a salinidade e não a densidade, mas como os "salinômetros" são muitíssimo caros, e por isso inviáveis, medimos mesmo a densidade. Devemos manter em 1020 aquários para peixes e cerca de 1023 a 1024 para aquários de rochas vivas com corais e invertebrados. Aqueles densímetros plásticos importados são a melhor opção, embora pouco precisos. O ideal seria levá-los a um laboratório químico para aferição e calibragem periodicamente para uma maior exatidão nos dados. Lembre-se : Melhor um tanque com salinidade errada que correções e variações bruscas. A densidade está alta, troque um pouco da água de seu aquário e complete com água doce. Nunca mais que 1% por vez para evitar variações bruscas. Se a densidade está baixa, acrescente um pouquinho de sal por dia, até atingir os níveis desejados ou em vez de completar a água que evapora com água doce, passe a completar com água salgada até atingir o objetivo. 7. Temperatura Deve girar em torno de 24 a 26 graus. Claro que com o clima de nosso país isto é praticamente impossível sem a ajuda de um refrigerador. Tudo bem, não dá para bancar um destes, ao menos se preocupe em manter seu tanque em local o mais fresco possível e bastante arejado. Lembre-se dos microventiladores que, se instalados na tampa, soprando ar na direção da água ajudarão a esfriar bem o aquário, mas se possível, compre um termostato para ventiladores, disponível nas lojas do ramo e praticamente indispensável para quem usa este recurso de refrigeração. Corais e invertebrados mais sensíveis suportam temperaturas máximas de 28 graus (limite muito perigoso), e peixes seguram a bronca até uns 31 graus, mas não se sentem muito bem, pois quanto mais alta a temperatura da água, menor será a quantidade de oxigênio dissolvido. Para medir a temperatura, o melhor jeito é usar um termômetro eletrônico, devido à sua precisão , apesar do seu custo ser bastante alto. Os termômetros flutuantes são a segunda melhor opção. Cuidado com aqueles do tipo adesivo, pois captam temperaturas externas e não somente da água e passam informações incorretas. 8. Potencial Redox – ORP Pouco conhecido dos aquaristas, potencial redox significa a grosso modo, o potencial de redução de nossos aquários, ou seja, a capacidade que as bactérias benéficas tem de transformar (reduzir) os elementos. Um tanque com alto potencial redox é sempre cristalino, apresenta pouquíssimas ou nenhuma alga, estabilidade impressionante e melhor qualidade de vida dos habitantes. Só pode ser medido por um aparelho eletrônico, mas pode ser notado visualmente se apresentar às características já citadas. Influem diretamente o potencial redox: Higiene, qualidade do sal e da água, qualidade do carvão ativado, quantidade e potência das bombas, quantidade e qualidade dos alimentos, quantidade e tamanho dos peixes, potência do skimmer, etc... Lembre-se: Tudo isto não serve apenas para aquários de rochas vivas, mas para todo tipo de aquário marinho com qualquer sistema. Um controle rigoroso dos principais fatores só lhe trará benefícios, aliás, benefícios aos seus peixes que não pediram para ser comprados e nem capturados. |